sábado, 2 de agosto de 2014

João Felipe B. Moreira n°17





Maior acidente radiológico do mundo, césio-137 completa 26 anos
No âmbito radioativo, tragédia só não foi maior do que a de Chernobyl.
Sobreviventes reclamam de descaso; lixo contaminado foi enterrado.
Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
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Há exatos 26 anos, Goiânia era atingida por aquele que é considerado o maior acidente radiológico do mundo. A tragédia envolvendo o césio-137 deixou centenas de pessoas mortas contaminadas pelo elemento e outras tantas com sequelas irreversíveis. No ano passado, o G1 publicou uma série de reportagens especiais relembrando os 25 anos do acidente.
No âmbito radioativo, o Césio 137 só não foi maior que o acidente na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). O incidente teve início depois que dois jovens catadores de papel encontraram e abriram um aparelho contendo o elemento radioativo. A peça foi achada em um prédio abandonado, onde funcionava uma clínica desativada.
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Mesmo passadas mais de duas décadas da tragédia, o acidente ainda deixa resquícios de medo. Um exemplo é a situação do local onde morava uma das pessoas que encontraram a peça. A casa em que vivia o catador foi demolida no mesmo ano em que tudo ocorreu. Apesar de o solo ter sido todo retirado e ter sido substituído por várias camadas de concreto, nunca mais qualquer tipo de construção foi feita no local.
Riscos
Segundo o supervisor de radiodivisão César Luis Vieira, que também trabalhou na época do acidente, o risco de contaminação em Goiânia foi praticamente extinto. "Se for comparar o resultado de hoje com o da época, é uma diferença [de radiação] quase mil vezes menor", afirma.
César explica ainda que o nível de radiação da cidade é considerado dentro dos padrões normais. "Não há nenhum lugar que não tenha material radioativo, como, por exemplo, o urânio, que está no solo. É o que a gente chama de radiação natural, mas que não oferece risco", complementa.
Lote da Rua 57, no Centro de Goiânia, foi um dos locais contaminados pelo césio-137 e até hoje segue inabitado (Foto: Adriano Zago/G1)
Cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo foram recolhidas na capital goiana após o acidente. Todo esse material com suspeita de contaminação foi levado  para a unidade de do Cnen em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana da capita, onde foi enterrado.
Passadas mais de duas décadas, os resíduos já perderam metade da radiação. No entanto, o risco completo de radiação só deve desaparecer em pelo menos 275 anos.
Reclamações
Para relembrar o acidente, aconteceu nesta sexta-feira uma reunião na Assembleia Legislativa com mais de 100 vítimas do Césio 137. A maioria deles ainda tem sequelas contraídas durante o episódio.
O aposentado Teodoro Bispo, que trabalhou na descontaminação da área afetada pelo acidente, teve problemas em várias partes do corpo, principalmente na visão, por causa do contato com o elemento radioativo. Ele cobrou melhorias na assistência hospitalar e mais atenção do poder público para as vítimas.
"Eles falam que não iríamos ter nada, mas tem muita gente morrendo. A gente se sente abandonado. Nós que descontaminamos Goiânia recebemos apenas R$ 622", lamenta.
Depósito de rejeitos do Césio-137 estão enterrado
em Abadia de Goiás (Foto: Adriano Zago/G1)
Contaminação
A tragédia começou quando dois jovens catadores de materiais recicláveis abrem um aparelho de radioterapia em um prédio público abandonado, no dia 13 de setembro de 1987, no Centro de Goiânia. Eles pensavam em retirar o chumbo e o metal para vender e ignoravam que dentro do equipamento havia uma cápsula contendo césio-137, um metal radioativo.

Apesar de o aparelho pesar cerca de 100 kg, a dupla o levou para casa de um deles, no Centro. Já no primeiro dia de contato com o material, ambos começaram a apresentar sintomas de contaminação radioativa, como tonteiras, náuseas e vômitos. Inicialmente, não associaram o mal-estar ao césio-137, e sim à alimentação.
Depois de cinco dias, o equipamento foi vendido para Devair Alves Ferreira, dono de um ferro-velho localizado no Setor Aeroporto, também na região central da cidade. Neste local, a cápsula foi aberta e, à noite, Devair constatou que o material tinha um brilho azul intenso e levou o material para dentro de casa.
Devair, sua esposa Maria Gabriela Ferreira e outros membros de sua família também começaram a apresentar sintomas de contaminação radioativa, sem fazer ideia do que tinham em casa. Ele continuava fascinado pelo brilho do material. Entre os dias 19 e 26 de setembro, a cápsula com o césio foi mostrada para várias pessoas que passaram pelo ferro-velho e também pela casa da família.
Leide das Neves
A primeira vítima fatal do acidente radiológico foi a garota  Leide das Neves Ferreira, de 6 anos. Ela se tornou o símbolo dessa tragédia e morreu depois de se encantar com o pó radioativo que brilhava durante a noite.
A menina ainda fez um lanche depois de brincar com a novidade, acabou ingerindo, acidentalmente, partículas do pó misturadas ao alimento. Isso aconteceu longe dos olhos da mãe, Lourdes das Neves Ferreira.
Em entrevista concedida ao G1 no ano passado, Lourdes disse que se sente culpada pela morte da filha. “Fica passando um filme na minha cabeça. São 25 anos de sofrimento, de dor, de tristeza e de angústia. Eu me arrependo e cobro de mim mesma. Se eu não tivesse ido tomar banho, talvez ela não tivesse ingerido [partículas de pó do césio]", disse.
Notícia sobre o acidente que completou 26 anos no final de 2013

http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/09/maior-acidente-radiologico-do-mundo-cesio-137-completa-26-anos.html

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

DATAÇÃO POR CARBONO -14

BÁRBARA RAMALHO BUENO, Nº 4

 



A datação por Carbono -14 consiste na comparação da concentração de 14C e 12C no material a ser datado. Isso é possível uma vez que, quando morre, o ser vivo para de absorver o 14C que por ser um isótopo radioativo do Carbono, tem sua concentração diminuída com o passar dos anos.


Existem três formas principais de se obter a idade da amostra utilizando o 14C. Uma delas é a contagem proporcional de gás, em que as partículas betas emitidas por uma determinada amostra são contadas. Nesse método, a amostra de carbono é convertida ao gás dióxido de carbono antes que a medição seja feita.  




Outra maneira é a contagem de cintilação líquida, nesse processo a amostra que está na forma líquida, recebe um cintilador, que cada vez que interage com uma partícula beta emite um flash. Uma parte da amostra passa por dois fotomultiplicadores e a contagem é feita somente quando ambos registram o flash.
A terceira e última forma de datação com o 14C é chamado de EMA (Espectrometria de Massas com Aceleradores). Nessa técnica, não são contadas as partículas beta, mas o número de átomos presentes na amostra e a proporção dos isótopos de carbono presentes.

Mesmo sendo um processo muito preciso, a datação por Carbono -14 é um processo sujeito a falhas que em análises rigorosas devem ser levados em consideração. Essas falhas podem ocorrer devido a erros no preparo e processamento da amostra, mudança na concentração de 14C na atmosfera em períodos passados, como mudanças no campo magnético da Terra e na atividade solar ou testes nucleares ocorridos a partir de 1950.